A
gestão por processos é essencial para o aumento da produtividade dos
colaboradores de uma organização, tanto para aqueles que desempenham
funções gerenciais como para as funções operacionais. “Na medida em que
os colaboradores liberam seu tempo precioso, que antes era dedicado às
rotinas, a preciosidade deste tempo liberado, cada vez mais escasso,
reforça a importância dos processos numa organização”, explica Silvio
Costa, sócio-diretor do Instituto MVC e professor da FGV.
"Os processos podem eliminar eventuais improvisos no cotidiano das empresas "
Segundo Silvio, a gestão adequada dos
processos elimina eventuais improvisos no cotidiano das empresas, já que
os procedimentos estão previamente definidos e padronizados. Isso
acontece porque, ainda na fase de planejamento, já existe uma definição
dos métodos para solução dos problemas, antes deles acontecerem.
Nesse cenário, o professor garante que é
possível perceber que as soluções dos problemas tem menor dependência
dos talentos humanos, pois se baseiam no plano de trabalho previamente
definido. Por depender menos da capacidade de solução de problemas
individuais dos profissionais, a instituição pode ter desempenho
superior mesmo com uma equipe menos experiente ou que tenha recebido
menos treinamento.
Para adoção da gestão por processos, a
conscientização da organização como um todo é muito importante à tomada
de decisão. Toda mudança em um sistema pode gerar desconforto e pode não
ser tão bem recebida, dessa maneira, a informação prévia sobre a
relevância da nova estrutura é fundamental.
A adaptação ou não da estruturação dos
processos está relacionada à cultura organizacional. A posição de seus
líderes é refletida na cultura da empresa, por isso, se principalmente a
liderança não se envolver no desenvolvimento e implantação dos
processos de trabalho, a instituição não alcançará a eficácia desejada.
Informar, capacitar, acompanhar as
atividades e definir formas de avaliação pode ajudar na busca pela
excelência dos processos. “Ao definir que a empresa vai implantar a
estrutura por processos como modelo de gestão, a liderança precisa
adotar um formato eficaz de comunicação a todos os envolvidos, direta e
indiretamente”, orienta Silvio.
Em seguida vem a etapa que definirá como
as atividades devem ser, preferencialmente, desenvolvidas, com o
apontamento das alternativas de condutas recomendadas e esperadas dos
profissionais envolvidos. “Estas decisões e comportamentos possíveis
precisam estar alinhados com os cenários, previamente identificados”,
comenta o professor.
Em instituições com ambientes
conturbados, a estruturação das atividades pode ser uma ferramenta capaz
de reverter a situação. “Quando o processo de trabalho está previamente
definido, as pessoas se sentem mais seguras, pois já sabem de antemão o
que devem fazer e o que podem esperar de seus pares, superiores e
subordinados. Não definir o procedimento de cada atividade da empresa
aumenta a chance de conturbar ainda mais o ambiente e ainda desgastar os
colaboradores ou as áreas”, afirma Silvio.
Muitas vezes, nas organizações,
investe-se mais tempo e atenção em consertar algum equívoco no fluxo
laboral, do que propriamente organizá-lo, evitando que o erro aconteça.
Isso acaba gerando um ciclo, conforme afirma o consultor. “Este ciclo é
um redutor permanente de produtividade, que perpetua o baixo desempenho
com alto nível de exigência da presença do líder”.
Em todos os tipos e tamanhos de
corporações pode-se engajar o uso dos processos de trabalho. Em
atividades que dependem de criatividade, o uso se limita, já que esses,
de certa forma, “engessam” a atividade dos profissionais.
“Instituições, áreas ou atividades que dependem da criatividade e
improvisação para obter sucesso apresentam um espaço mais restrito para a
implantação dos processos, mas ainda assim, sempre é possível implantar
processos de trabalho para organizar os procedimentos mais comuns
nessas áreas”.
Fonte: Revista Perspectiva (Junho de 2013)
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